Como manter a fé na família? Relato de uma leiga franciscana!

A sociedade moderna e contemporânea passa por mudanças acentuadas que transformam os valores sociais, culturais, éticos, políticos e religiosos, abrangendo de modo geral todas as pessoas de forma individual e coletivamente.

O acesso as informações em tempo real, possibilitado pelos recursos tecnológicos e midiáticos, presentes na sociedade globalizada do século XXI, exercem poder sobre as pessoas, direcionando-as para enfoques distintos, que por vezes podem contribuir com a formação integral do ser humano ou atribuir novos conceitos e valores sociais que passam a fazer parte dos núcleos familiares, desviando costumes e crenças praticadas pelas gerações anteriores.

Integrados aos valores sociais e espirituais está a fé, que segundo o Papa Francisco, é caracterizada por um espírito de força, de caridade e de prudência.  O espírito de prudência –  de acordo com a explicação do Papa Francisco  é “saber que nós não podemos fazer tudo que queremos”, significa buscar “as estradas, os caminhos, as maneiras” para levar avante a fé, mas com prudência.

Mediante essa concepção abordada, como manter a fé no seio das famílias? Quais os mecanismos e estratégias pedagógicas são necessárias para competir com as informações e inovações disponíveis no mundo contemporâneo?

A argumentação está na especificidade do diálogo, do respeito mútuo, da garantia de tempo e espaço de discussão e reflexão sobre a vida cotidiana com sentido e prudência nas ações familiares.  A construção da fé está implicitamente integrada a formação de valores humanos necessários para viver em harmonia com as pessoas.

Citando ainda a mensagem do Papa Francisco que orienta as pessoas e as famílias a terem uma fé sincera, uma fé que não seja negociável, segundo as oportunidades que surgem. Uma fé que a cada dia seja reavivada, com a graça do Espírito Santo.

Contudo a fé será cultivada e construída com prudência quando houver harmonia e alegria profunda entre as pessoas, quando houver desejo sincero no coração das pessoas em estar juntos e compartilhar momentos apoiados um nos outros. Entretanto, a base para a existência da alegria está na presença constante de Deus no núcleo familiar.

Os lares que cultivam e praticam a fé no cotidiano familiar, constroem vínculos afetivos e sustentáveis, baseados em valores de solidariedade, compaixão e respeito mútuo entre pai, mãe e filhos.

A vivência desses valores trará a certeza da compreensão do bem viver na fé emanada de Deus, garantindo de forma espontânea e verdadeira a continuidade de novas gerações, formadas com conceitos de responsabilidade e alegria em continuar multiplicando os valores de formação humana que priorizem o bem da sociedade, amparados na fé que irradia o coração das pessoas com luzes que direcionam ações prudentes e duradouras.

Rosimari de F. Cubas Blaka

Leiga Franciscana, Fraternidade “Paz e Bem”.

Canoinhas/SC, dezembro de 2022.

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Cristine Maraga

Cristine Maraga