13 de setembro – A INSIGNIFICÂNCIA DA IMPORTÂNCIA

“Disse o centurião: ‘Senhor, não te incomodes, pois não sou digno de que entres em minha casa.”

(cf. Lc 7,6)

Por mais que nos julguemos entendidos,
Detentores de milhões de informações,
Sempre é tempo de retomarmos o sentido
De sermos pó da Mãe Terra, quiçá poluído,
Incapaz de perscrutar dos mistérios as opções…

Mesmo que tenhamos de bens enorme quantia,
Produto de etapas e barreiras que se vence,
As nossas mãos permanecerão vazias
E a morte, sarcástica, nos provará um dia
Que tudo o que temos não nos pertence.

Ser presunçoso da própria importância,
Títulos, pompas, prestígios e destaques…
De nada adianta navegar na exorbitância
Da própria imponência e exuberância.
Tudo sucumbe da verdade nos ataques.

Quando brilhar um lampejo de sabedoria
Fruto da vida em convívio, luta e experiência,
Por certo sentiremos que a vaidade é ironia,
Que a grandeza sem doar-se é histeria,
Que é nula e vil a pretensão de prepotência.

Quando a mídia maquia de cores e encantos
E enche de ar a bola de seus “importantes”,
Endeusa e propaga aos ventos e aos quatro cantos
Fazendo dos diabólicos e perversos os seus santos,
Quando não passam de seres iguais aos semelhantes.

Pouco valem honrarias, famas, poderes e relevâncias,
Apropriar-se do mercado, ter acumulação…
Pois a sábia importância da insignificância
Bem como a insignificância da importância
Nos alçam às aturas, sempre com os pés no chão…


Ivo Pedro Oro (A Palavra se faz poesia, p. 89)

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Cristine Maraga

Cristine Maraga